Guarulhos, 03 de outubro de 2007
Proprietários de locadoras de filmes procuram entidade e obtêm apoio institucional
Cansados dos desmandos e ineficiência dos poderes públicos relativos a fiscalização da venda de produtos piratas na cidade, empresários guarulhenses participaram de uma reunião de diretoria da Associação Comercial e expuseram o grave problema que atualmente convivem.
Segundo eles, todas as empresas locadoras de filmes (antigas vídeo-locadoras) estão fadadas à falência. “A venda de DVD’s piratas em Guarulhos é flagrante, mas as autoridades dizem que não a vêem. Basta circular na região central que encontraremos inúmeros vendedores. Só a fiscalização que não vê”, disse indignado Fernando Coelho, proprietário de uma locadora, durante o encontro.
O diretor de Assuntos Legislativos da ACE, Eduardo Kamei, acompanhou o presidente Wilson Lourenço na Câmara Municipal
O presidente da ACE, Wilson Lourenço concordou que estão ocorrendo abusos e afirmou que é a favor de uma fiscalização mais rígida. “Devemos combater os produtos piratas, pois trazem prejuízos a muitas pessoas. Defendo um maior esforço por parte da fiscalização da Prefeitura e da própria Polícia. A população deveria também boicotar esse tipo de compra, mas a diferença de preços é tão absurda, que uma classe da sociedade não deixa de comprar. A ACE apoio a iniciativa dos empresários do setor”, disse.
Para se ter uma idéia, hoje as locadoras pagam à distribuidora por um filme em DVD original o valor de até R$ 120,00. No comércio ambulante, 3 DVD’s piratas podem ser adquiridos por até R$ 10,00. Com o preço do aluguel, que varia de R$ 3,50 a R$ 4,50, é necessário alugar esse DVD de 30 a 40 vezes para ter lucro.
Baseado neste assunto, aproximadamente 100 proprietários de locadoras de filmes de Guarulhos e seus funcionários promoveram manifestação na Câmara Municipal, acompanhada de passeata na região central. De maneira pacífica, cerca de 200 manifestantes ocuparam a galeria e ouviram seu representante, Fernando Coelho, utilizar a tribuna da Casa. “Gostaria que todos os vereadores nos ajudassem a combater esse mal. Precisamos do apoio de todos para sensibilizar as autoridades. Não podemos fechar nossas empresas por causa do crime organizado”, declarou.
Na cidade, estimativas do setor apontam que pelo menos 30% das cerca de 900 que existiam em 2006 fecharam suas portas nos últimos 12 meses. Outro dado aponta que, no mês de setembro, houve uma diminuição de 66,6% no movimento de locações com relação ao mesmo período do ano passado.
Após a visita à Câmara, os manifestantes dirigiram-se ao Paço Municipal, onde entregaram um dossiê sobre o setor para a vice-prefeita Eneide Maria de Lima (PT).